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Relato do extremo Oriente – Chieko Aoki no Japão - Parte II
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Relato do extremo Oriente – Chieko Aoki no Japão - Parte II

Como citado acima, jovens, crianças, todos contribuem de forma impressionante. Adolescentes de 12 a 13 anos cozinham e distribuem comida, outros meninos e meninas de 6 a 8 anos começaram a se reunir por iniciativa própria para diversas ações: uns formaram equipe de massagem dos idosos; outros elaboravam questionários para identificar o que cada vítima estava precisando; outros eram grupos de canto para alegrar o ambiente. Um adolescente, de 15 anos, que tinha fugido direto da escola com os professores e colegas e não mais encontrou os pais, escreveu faixa com mensagem positiva para manter boa energia no ambiente. Os idosos brincam com bebês e crianças pequenas enquanto as mães ajudam em outras tarefas. Os adolescentes ensinam jogos para crianças e os idosos, para os adolescentes e sua alegria e risada traz conforto e esperança para todos dos abrigos. A ajuda é impressionante em um mutirão de solidariedade, com as pessoas dizendo que eles próprios deviam primeiro se ajudar, que deviam estar à frente da recuperação, sendo a solução para as dificuldades, porque sabiam o que e como deveriam ser as ações para sair da situação – falando, ouvindo, pensando, encorajando, juntando-se para definir ações prioritárias para o grupo.

Hoje, todos compartilham dores a cada corpo encontrado, a alegria ao encontrar quem achava que tinha sido levado pelas águas, ou ao se deparar com foto ou altar dos membros da família. Nestas comunidades, apesar da destruição total, as palavras que mais se ouve das vítimas são “gaman suru” – vou aguentar, suportar, ter paciência, resistir; “gambaru” – vou superar as dificuldades, vou me empenhar, farei o meu melhor; “kansha shimasu” – sou grato, gratidão, reconhecimento; “tasukeau” – ajudar mutuamente, cooperar, contribuir. Chora-se pelas perdas e também com gestos de ajuda e de conforto. TVs recebem e-mails e fax (há muita dificuldade de comunicação) das pessoas nos abrigos e divulgam na TV com pedidos de contato, de alimentos e combustíveis para pequenos grupos perdidos – e ajudam a buscar soluções.

Neste ambiente, o papel dos líderes naturais que foram ajudando na coordenação – sejam prefeitos, professores ou quem fosse escolhido – foi fundamental para identificar e organizar os pedidos, manter relatório diário da situação, da realidade de cada um dos abrigados e suas famílias, o que precisavam ou tinham perdido, enfim são verdadeiros responsáveis para manter o espírito vivo e bem de grandes e pequenos abrigos que se formaram e para organizar as ajudas vindas do próprio Japão e de outros países.

Estes gestos das vítimas contaminou todo o Japão, com ações de solidariedade de iniciativa de esportistas, lutadores de sumô, atores e atrizes e diferentes tipos de grupos sociais que coletavam doações nas estações de trem ou carregando caixas de doações na porta do estádio; fizeram chegar tudo que precisavam assim que as estradas e combustíveis permitiram. Associações de remédios enviavam medicamentos e materiais hospitalares; associação de roupas e sapatos enviavam roupas novas separadas por sexo, tamanho, tipo; indústrias de produtos de higiene enviavam doações de acordo com as necessidades solicitadas pelos abrigos. Empresários e personalidades faziam doações em dinheiro da ordem de US$ 10 milhões, como o dono da Uniqlo que, além de ajuda monetária fez US$ 7,5 milhões em roupas. Esta forma de doação organizada ajudava na identificação dos produtos, evitando necessidade de grande número de voluntários para separar e distribuir. Os organizadores solicitam que o envio de doações individuais de produtos seja restrito, pela dificuldade de controle e de entrega, substituindo por doações em dinheiro.

Impressionante também a velocidade com que empresas como Panasonic, Sony, Honda e outras adaptaram aquecedores a combustível a uso sem energia e combustível e entregaram para os abrigos, diante da dificuldade de fazer chegar a energia e combustível às cidades onde o frio aperta, colocando ainda mais à prova aquelas vítimas, que passaram a ser aquecidas com solidariedade inteligente destas e outras tantas empresas. Entre elas, a fábrica de alimentos prontos que trabalha 24 horas para distribuir gratuitamente bolinho de arroz e outras comidas práticas, montando logística própria de entrega com bicicletas e meios possíveis. Adolescentes fazem escalda-pés e massagem para os idosos; hotéis contratam ônibus e convidam vítimas para tomar banho no spa e descansar e comer comida quente no hotel; médicos de outras partes do Japão fecham temporariamente suas clínicas para ajudar as vítimas; voluntários de outras cidades se organizam para dar aula, cozinhar, cantar e tocar instrumento com adolescentes porque com eles e crianças alegres, todos os adultos alimentam esperança pela reconstrução. É um círculo e corrente de solidariedade para manter o ânimo, força, alegria e espírito de gratidão. Outro exemplo admirável é o caso do Prince Hotel, em Tóquio. Com 700 apartamentos, estava previsto para fechar em abril. Hoje (24/03/2011) foi noticiado que o proprietário decidiu postergar até final de junho o fechamento do hotel, para ser usado pelas vítimas como alojamento. Não funcionará com serviço de hotel, mas o prédio e suas facilidades podem ser um excelente local para as vítimas se instalarem.

O governo está construindo casas provisórias a toque de caixa, devendo entregar as primeiras 500 casas-alojamento, com quarto e cozinha, até o final do mês.

A vida continua muito difícil para as vítimas que estão nos hospitais, abrigos, em vida comunitária, mas o exemplo destas pessoas que não reclamam, mantém energia positiva, alimentam força e esperança de que conseguirão reconstruir a vida tem acordado os sentimentos tradicionais japoneses, contaminando de forma muito positiva os corações, gerando forte sentimento de amor e de ajuda ao próximo, de agradecimento e de força que faz pensar como estas pessoas, tão fragilizadas mas tão fortes, estão unindo outras pessoas e fazendo renascer a tradição japonesa que os japoneses queriam despertar mas não sabiam como fazer. E conseguiram: o lema agora no Japão é “Gambare Nippon”: “Força, Japão, fazendo junto, formamos uma grande força”.

A nova pancada é a radiação da usina nuclear atingida pelo terremoto. Desde o terremoto, o possível tem sido feito para resfriar e consertar as torres das usinas, com explicação diária e contínua sobre a situação. Para gastar menos energia, Tóquio e varias cidades estão sob apagão programado de três horas por dia, que tem afetado a movimentação das pessoas para o trabalho pela falta de meios de transporte, a produção nas grandes indústrias, o consumo nas lojas com impacto negativo na economia. No entanto, por enquanto, o sentimento de colaboração está forte, sem comentários negativos aos sacrifícios exigidos das pessoas e empresas dependentes da energia da usina afetada.

As últimas notícias da semana é que encontraram contaminação no mar próximo da região atingida e também em algumas verduras. Hoje foi em água da região. Apesar de ser em nível não prejudicial à saúde, por precaução o governo proibiu a venda de algumas verduras produzidas de certas regiões onde se detectou algum nível de contaminação, bem como proibiu uso de água de torneira para fazer leite para bebês de até um ano, fazendo, com isso, desaparecer as garrafas minerais das prateleiras dos supermercados.

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